Carolina Maria de Jesus é a quarta homenageada em série filatélica

8 de outubro de 2019 Artes e Cultura
Carolina Maria de Jesus é a quarta homenageada em série filatélica

Carolina Maria de Jesus é a quarta homenageada em série filatélica

Neste sábado (5), os Correios lançam mais um selo de “Mulheres Brasileiras que Fizeram História”. A quarta emissão da série homenageia uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus. O selo será lançado às 15h em evento no Museu Afro Brasil, com a presença de sua filha mais nova, Vera Eunice.

O lançamento também ocorrerá na sexta-feira (4), em Sacramento/MG, onde Carolina nasceu em 14 de março de 1914. Uma mulher que acreditou em si mesma, hasteou a bandeira do trabalho e da confiança por toda a sua vida, honrou suas origens e trilhou o caminho da esperança. Viveu um período na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando os três filhos com recursos de sua atividade como catadora de papéis. Em sua jornada, era notória a paixão pela poesia. Carolina ousava na prática salutar de escrever versos com a delicadeza e sabedoria daqueles que, apesar de conscientes de suas dificuldades e carências, fazem das diversidades a glória de ser maior entre tantos.

Além de Vera, Carolina teve mais dois filhos, João José e José Carlos, mas nunca quis se casar. Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, Carolina registrava nos cadernos que encontrava no material recolhido em sua jornada, o cotidiano da comunidade onde morava. Foi descoberta, em 1958, pelo fotógrafo e repórter Audálio Dantas, e, nesse mesmo ano, trechos do seu diário foram publicados no Jornal Folha da Noite. E foi a publicação desses cadernos que deu origem a seu livro mais famoso: “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, com tiragem inicial de 10.000 exemplares, que se esgotou em uma semana. Esta obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida para quatorze idiomas, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior.

Em 1969, Carolina mudou-se de Santana para Parelheiros, uma região árida da Zona Sul de São Paulo, no pé de uma colina. Nesse lugar, caracterizado por fortes contrastes entre ricos e pobres, onde o ar era poluído pelas indústrias do Grande ABC, Carolina passava boa parte de seu tempo sozinha, lendo jornal e plantando milho e hortaliças. Lá, a escritora morreu em 13 de fevereiro de 1977, aos 62 anos.

O selo – A foto que ilustra a emissão foi tirada na favela de Canindé, em 1958. O elo desta emissão é o símbolo da mulher, que consta em todos os selos. A folha com borda na cor magenta, é composta por 18 selos, tendo o título da emissão no canto superior esquerdo e no canto superior direto desenhos estilizados de um caderno, um lápis e letras caligráficas. Foram usadas as técnicas de fotografia e computação gráfica. A tiragem é de 54 mil selos, com valor facial de R$ 1,95 a unidade. As peças estarão disponíveis nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.

Serviço:

Lançamento selo Mulheres Brasileiras que Fizeram História – Carolina Maria de Jesus

Dia: sábado – 05/10

Hora: 15h

Local: Museu Afro Brasil – Parque do Ibirapuera – Portão 10, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n

Grátis

 


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