Técnicas em biblioteconomia promovem escritoras negras

1 de fevereiro de 2019 Artes e Cultura
Técnicas em biblioteconomia promovem escritoras negras

Técnicas em biblioteconomia promovem escritoras negras

Atuando dentro e fora das bibliotecas públicas, ex-alunas da Etec Parque da Juventude usam a formação do CPS combater o racismo por meio da literatura

Iara e Ana Carine estão no projeto desde sua implantação na biblioteca da Etec Parque da Juventude

Foto: Divulgação

O projeto Mulheres Negras na Biblioteca é o resultado da constatação de quatro alunas da Escola Técnica Estadual (Etec) Parque da Juventude, na Capital, de que a biblioteca da unidade carecia de obras de escritoras negras. Ana Carine Souza, Iara Moraes, Lais Hellen Santos e Andreza de Lourdes Lima Rocha cursavam o técnico de Biblioteconomia e, em 2016, fizeram seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o tema. Até hoje a iniciativa segue com o objetivo de combater o racismo.

“Pedimos doações na época e recebemos cerca de 20 livros”, lembra Ana Carine. “Então, divulgamos as novas obras para os alunos e a resposta foi muito boa.” As estudantes perceberam que o mesmo déficit se repetia em outras bibliotecas públicas da cidade e resolveram expandir sua atuação. O fim do TCC levou a iniciativa para outros espaços da zona norte, onde além do incentivo ao aprimoramento do acervo, foram realizadas diversas atividades, como bate-papos com escritoras e um sarau de poesia.

O grupo acabou virando um coletivo, que segue com o trabalho.  Além de Ana Carine e Iara, a bibliotecária Ketty Valêncio e a jornalista Juliane Sousa se juntaram às ex-alunas. A atuação delas é feita agora por meio da aprovação de projeto em edital da Prefeitura de São Paulo, que permite levar as atividades para dentro e fora de bibliotecas municipais. As jovens acreditam que seja possível enxergar na profissão um enfoque em produção cultural.

“Hoje com as redes sociais conseguimos ver o alcance que o projeto tem, com o grande aumento da procura por essa literatura”, diz Carine. “A maior parte do público é formada por meninas negras, mas não são elas nosso único alvo. Acreditamos que o propósito vai além da representatividade, para que todos conheçam nossa história sob outra perspectiva, como ferramenta de combate ao racismo.”

Neste ano, estão entre os objetivos do grupo, levar atividades às unidades do Sesc, participar de novos editais e produzir material audiovisual sobre escritoras negras.


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