Brígida Baltar apresenta a maior exposição de sua obra filmográfica no Espaço Cultural BNDES
Brígida Baltar apresenta a maior exposição de sua obra filmográfica a partir de 16 de outubro
Artista reúne trabalhos produzidos desde 1990 na mostra BRÍGIDA BALTAR: filmes, no Espaço Cultural BNDES
Às vésperas de completar 60 anos, a artista visual carioca Brígida Baltar visita sua trajetória e apresenta pela primeira vez um recorte abrangente de sua obra filmográfica. Com curadoria de Marcio Doctors, coordenação de produção de Jocelino Pessoa e produção executiva da Fase 10, a exposição histórica BRÍGIDA BALTAR: filmes reúne 27 trabalhos da artista, produzidos desde o início da década de 1990. São filmes inéditos e também já apresentados ao público, com registros de ações, fabulações ficcionais e narrativas poéticas. A mostra ficará em cartaz de 16 de outubro a 13 de dezembro, no Espaço Cultural BNDES, com abertura para convidados dia 15.
Nas palavras do curador Marcio Doctors: “A importância dessa filmografia é que ela nos permite perceber a construção da obra de Brígida Baltar. Algumas vezes os filmes surgem como percepções poéticas, outras vezes constituem-se em narrativas fabulares de personagens inventados por sua imaginação; mas o que os aproxima é que eles são como fontes que brotam de um reservatório subterrâneo e movente de sensações sutis e delicadas do mundo que Brígida criou”.
Para montar a exposição, a artista dedicou seus últimos dois anos a pesquisar a mapoteca de seu ateliê, selecionando fitas de vídeos e rolos de filmes. Todo o material foi tratado e editado para chegar ao resultado minucioso. “Procurei deixar o trabalho original com apenas algumas pequenas intervenções. Na maior parte deles optei por respeitar o pensamento que tinha na época em que foram produzidos”, explica Brígida Baltar, que começou a filmar com Hi-8 e VHS, depois substituídas pelo Mini-Dv 16mm e pelo HD vídeo.
No saguão de entrada da exposição, o visitante se deparará com a videoinstalação Enterrar é plantar (1994), composta por árvores suspensas circundadas por estrutura de madeira com monitores de vídeo. A obra mostra a artista enterrando, ao redor de uma árvore, vários objetos pessoais, como em um ritual.
Durante o percurso nas diferentes fases da artista, o público poderá conferir pela primeira vez o vídeo das obras Abrigo (1996), em que Brígida é filmada ocupando o molde do seu próprio corpo escavado na parede de sua casa, e Torre (1996), uma construção com tijolos ao seu redor. Destaque também para A geometria das rosas (2002/2019), que durante a edição absorveu uma pane técnica na captura digital das filmagens de um roseiral. Pixels e linhas reenquadram pétalas, folhas, gramas e solo.
A obra de Brígida circula por diferentes linguagens e temas, como busca de identidade, questões urbanas, feminismo e a passagem do tempo. Serão projetados os slides Sou árvore e Sou árvore (parte II), imagem da artista com o rosto coberto pelo cabelo. Em Algumas perguntas (2005/2019), um barco corta a paisagem lentamente enquanto questionamentos sobre sentidos, percepção e esquecimento aparecem na tela. Já em De noite no aeroporto (2000) um grupo de amigos sai à procura de uma árvore bela durante uma noite quente no Rio de Janeiro.
No centro da exposição está a instalação sonora O azul profundo e a música que o Matias fez com a Camille, que trata de um filme que nunca existiu e para o qual foi feita especialmente a música. Brígida apresenta também os enigmáticos filmes de fabulação da série Maria Farinha Ghost Crab, rodados na Ilha Grande com a atriz Lorena da Silva e o filme Casa de Abelha, realizado em sua casa-ateliê dos anos 90 em Botafogo.
Sobre a artista – Brígida Baltar estuda, no final dos anos 80, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, vindo a fazer parte, nesse período, do Grupo Visorama, organizado por Ricardo Basbaum. Sua trajetória envolve a participação em exposições no Brasil e no exterior, dentre elas, a 5ª Bienal de Havana (CUB, 1994); 25ª Bienal de São Paulo (BR, 2002); Constructing views: experimental film and video from Brazil, New Museum, Nova York (EUA, 2010); SAM Art Project, Paris (FR, 2012); Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá (CO, 2012); 17ª Bienal de Cerveira, em Cerveira (PT, 2013); Cruzamentos: Contemporary art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Columbus (EUA, 2014). Algumas coleções abrigam a sua obra, incluindo: Colección Isabel y Agustín Coppel, Cidade do México (MEX); Museum of Contemporary Art, Cleveland (EUA); Fundação Joaquim Nabuco, Recife (BR); Middlesbrough Institute of Modern Art, Middlesbrough (ENG); Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo (BR); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (BR); Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (BR).
Sobre Marcio Doctors – Crítico de arte e curador, foi introduzido no meio da arte pelo crítico Mário Pedrosa, com quem trabalhou nos anos 70. É curador da Fundação Eva Klabin e, desde 2004, através do Projeto Respiração, convida artistas contemporâneos para intervirem na coleção de arte clássica da casa museu. Idealizou o Espaço de instalações permanentes do Museu do Açude, onde instaurou a primeira obra pública de Hélio Oiticica, o Magic Square # 5-De Luxe, em 2000. Foi crítico de arte do jornal O Globo (1979/1982) e representante da América Latina no ICOM/Demhist (2002/2008). Vem ao longo dos anos construindo um sólido pensamento sobre a arte contemporânea brasileira.
Serviço:
BRÍGIDA BALTAR: filmes
Abertura: 15 de outubro, às 18h
Período de visitação: 16 de outubro a 13 de dezembro
Horário: segunda a sexta, das 10h às 19h
Local: Espaço Cultural BNDES – Av. República do Chile, 100 – Centro.
Visitas educativas
Lisiane Mutti
email: contato@fase10.com.br
Tel: 21-99137-5591
Entrada franca