A poeta Maria Rezende estreia o recital ‘Mulher Multidão’, dia 10 de março, na Casa de Cultura Laura Alvim

17 de fevereiro de 2020 Artes e Cultura
A poeta Maria Rezende estreia o recital ‘Mulher Multidão’, dia 10 de março, na Casa de Cultura Laura Alvim

A poeta Maria Rezende comemora 20 anos de carreira com o recital ‘Mulher Multidão

a partir de 10 de março, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema

O espetáculo feminista reúne poemas autorais e obras de artistas novas e consagradas sobre as forças e fragilidades da mulher contemporânea

Ao se aprofundar no movimento feminista, a poeta e performer Maria Rezende sentiu a urgência de criar um espetáculo que, com potência e humor, mostrasse as forças e fragilidades da mulher contemporânea. Assim nasceu “Mulher Multidão”, que, depois de ensaios abertos no Rio e em Salvador, estreia, dia 10 de março, na Casa de Cultura Laura Alvim/Espaço Rogério Cardoso, em Ipanema, um espaço da FUNARJ. Temas como amor, autoestima, relacionamento abusivo, estupro e a relação com o próprio corpo são levados à cena em poemas autorais dos quatro livros da artista e obras de poetas novas e consagradas.

Ao idealizar “Mulher Multidão”, Maria Rezende, que tem um trabalho de 20 anos com a poesia falada, se cercou de referências. Além dos movimentos feministas contemporâneos e em notícias de jornal, a poeta se inspirou em  livros como “The Beauty Myth”, de Naomi Wolf; “Mulheres que correm com lobos”, de Clarissa Pinkola Estés; “Os homens explicam tudo para mim”, de Rebecca Solnit; “Teoria King Kong”, de Virginie Despentes, e na poesia de Adélia Prado, Elisa Lucinda, Viviane Mosé, Mel Duarte, Marina Colasanti, entre outras artistas.

“Quero jogar luz sobre a constante pressão sofrida pelas mulheres, os ideais inatingíveis de beleza, a exigência da perfeição do corpo e da juventude, a inequidade salarial, a transformação do desejo de “poder ser tudo” na obrigação de “ter que ser tudo”, a violência física, sexual, moral, e também nossas potências, a força do sagrado feminino, a escolha ou não pela maternidade e a delicadeza dos afetos”, enumera Maria.

O projeto começou a ser idealizado após o encontro com a cantora espanhola Amparo Sanchéz, com quem criou a performance poética musical ‘Hermanas’, desdobrada em disco e livro no ano passado. O bem-sucedido resultado do trabalho, cujo fio condutor era a força feminina, motivou Maria a aprofundar seu mergulho artístico no tema.

“Depois que a Amparo foi embora, fiquei órfã. Queria continuar a falar sobre as questões feministas e não poderia depender da presença dela porque, afinal, moramos muito longe. Então, resolvi criar um novo espetáculo, com outra seleção de poemas e conversas com a plateia entre as obras”, explica. “Eu descobri, há relativamente pouco tempo, que sou feminista. Eu achava que fosse um assunto resolvido, uma luta já ganha, porque a gente vota, faz sexo antes do casamento, se divorcia. Aí, comecei a ir a atos feministas e me identifiquei completamente. Eu acredito nessas batalhas porque, no final das contas, não chegamos onde queremos e ainda querem tirar direitos nossos. Temos muita luta pela frente!”, conclui.

“Mulher Multidão” é um verso do poema “Pulso aberto”, escrito por Maria Rezende e dedicado ao uruguaio Eduardo Galeano, em que a poeta diz “Somos as que evitam o desastre / as que inventam a vida as que adiam o fim/ mulher, multidão”.

Sobre Maria Rezende 

Maria Rezende é poeta, performer, montadora de cinema e televisão e celebrante de casamento. Publicou os livros “Substantivo Feminino” (2003), “Bendita Palavra” (2008), Carne do Umbigo (2015) e “Hermanas” (2019), esse em parceria com Amparo Sánchez. Por sua poesia, recebeu elogios de nomes como Manoel de Barros, Eduardo Galeano e Ferreira Gullar. “É poesia substantiva mesmo. A mulher inteira dentro das palavras. Poesia é fenômeno de linguagem do que de ideias. Isso você sabe. Sendo assim, você é poeta”, elogiou Manoel de Barros sobre seu livro de estreia.

Em seus vinte anos de vida literária, se apresentou por todo Brasil e também em Portugal, Espanha e Argentina. Seu trabalho encantou o escritor Marcelino Freire, que diz na orelha de Carne do Umbigo: “Tua poesia, mulher, me faz caminhar. Sem peso, sou depois dela, para a eternidade, um outro sujeito. Minha costela, meu esqueleto. Eu te mando meus ossos por completo. Toda vez que te ouço recitar teus versos. Eu fico bambo, bobo. Fico elétrico.

 

Ficha técnica:

Concepção e idealização: Maria Rezende

Texto: Maria Rezende e poemas de Elisa Lucinda, Viviane Mosé, Mel Duarte, entre outras

Cenário: Larissa Cunha e Raphael Vinagre

Produção: Livian Das Valias

Luz: Fernanda Mantovani

Figurino: Estum

Design: David Lima

 

Serviço:

Mulher Multidão – Recital de Maria Rezende

Temporada: 10 de março a 1º de abril

Casa de Cultura Laura Alvim / Espaço Rogério Cardoso: Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema

Telefone: (21) 2332-2015

Dias e horários: Terça e quarta, às 19h.

Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).

Lotação: 53 pessoas

Duração: 50 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Funcionamento da bilheteria: de terça a sexta, das 16h às 21h; sábado, das 15h às 21h, e dom e feriados, das 15h às 20h.


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