M&A segue como alternativa de crescimento das MPEs
Segundo os últimos números registrados pela Auddas, consultoria especializada em fusões e aquisições, a tendência é que o mercado de M&A volte a crescer
As micro e pequenas empresas representam 99% dos empreendimentos no Brasil e são responsáveis por 30% do PIB, o conjunto de produtos, serviços e riquezas produzidas no país, segundo o Ministério da Fazenda. No mundo, em conjunto com as médias empresas, elas representam 90% dos negócios.
A importância do setor levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a promover o Dia Internacional da Micro, Pequena e Média Empresas (MPEs), comemorado nesta semana.
A celebração da data traz à tona o desafio de promover o crescimento do setor diante da alta global da inflação e o consequente aumento das taxas de juros. Ainda assim, startups e pequenas empresas têm encontrado nos M&As (do inglês, ‘mergers’, fusão, e ‘acquisitions’, aquisições) uma alternativa de crescimento em um panorama de adversidades geopolíticas e macroeconômicas. São operações societárias que unem diferentes organizações para formar novos negócios de alto potencial ou aumentar a competitividade em um segmento.
Auddas:
Os números registrados pela Auddas, consultoria especializada há mais de 20 anos em negociações dessa natureza, sinalizam a retomada de M&A no Brasil. Apesar de o volume desse tipo de negociação ter caído 35% no último ano, segundo a Exame, a tendência é que esse mercado volte a operar em alta, apesar das instabilidades locais e globais. Parte desse movimento se explica por conta de necessidade, ou seja, algumas empresas serão forçadas a buscar transações para sobreviver enquanto, outras, as que estiverem mais fortes, poderão se aproveitar do momento para agregar novas competências, expandir alcance geográfico ou aumentar seu portfólio de soluções.
No portfólio da Auddas, consta, por exemplo, o planejamento estratégico para a MedBeauty, empresa de tecnologia em estética e beleza criada em 2010. Com a atuação da consultoria, a empresa ultrapassou a barreira de R$ 200 milhões em receitas, completou uma bem-sucedida operação de debêntures em 2022, posicionou-se como um hub de resultados inovadores em wellness-tech e foi responsável por trazer para a América Latina a mais revolucionária inovação dermatológica dos últimos 20 anos, os fios de PDO i-Thread (com bioestimulador de colágeno). O próximo passo, já em andamento, é expandir os negócios na LATAM e EUA e firmá-la entre as gigantes de well-tech do Brasil até 2025 com a introdução de vários novos produtos inovadores no mercado.
E, como todo desafio traz também oportunidades, a Auddas prevê que a América Latina continuará gerando interesse entre os investidores. Ainda que as dificuldades aumentem, também tende a crescer o número de empresas que se irão de desfazer de ativos não essenciais na busca pela criação de valor de longo prazo, o que pode criar oportunidades para os compradores expandirem linhas de produtos, serviços ou cadeias de suprimentos a um preço reduzido.
M&A:
Para possibilitar que empreendedores possam explorar o máximo de suas jornadas, desde o início de seus negócios até o ciclo final, de captura de valor através de um M&A e/ou IPO, a Auddas realiza em agosto deste ano a segunda edição do Auddas League, projeto de formação e difusão de conhecimento, sob o lema “Da estratégia ao capital”, para startups, micro, pequenas e médias empresas, com duração de cinco meses, aulas online e encerramento presencial, acessível por uma fração do investimento de uma consultoria clássica. Ao longo desse período, os empreendedores aprenderão sobre os quatro pilares fundamentais e indissociáveis de qualquer negócio: Estratégia, Governança, Gestão e Capital.
Segundo Julian Tonioli, CEO e sócio-fundador da Auddas, além do investimento comparativamente atrativo, o programa também tem outros dois diferenciais: o primeiro agrega à formação do aluno toda a experiência profissional dos consultores com mais de 300 projetos executados; o segundo combina conceitos práticos à experimentação e implementação destes no dia a dia dos alunos. “É um programa recomendado para membros de conselhos administrativos, CEOs, diretores, empreendedores, investidores, donos de negócio e até colaboradores que queiram se desenvolver e se preparar para eventualmente sentar em uma mesa de negociação com potenciais compradores e investidores”, explica Tonioli.
Desde que foi lançado, em janeiro de 2023, o Auddas League atendeu 39 empresários das áreas de tecnologia, saúde, agronegócio, indústria, marketing digital, moda e consultoria.
Helton Valentini, sócio-diretor da ENE Soluções, empresa especializada em tecnologia, explicou que seu maior desafio era entender melhor a remuneração variável, “uma dor muito latente o como fazê-lo de forma meritocrática. Com o material do curso, tivemos todas as dúvidas sanadas. O curso nos ajudou a entender tudo isso com um sentido, não só como se fosse um assunto isolado, mas de uma forma integrada. Hoje, eu sei que tenho de começar pela governança até chegar ao capital, para então alcançar um futuro M&A. Sem dúvida, o investimento valeu muito a pena, porque a jornada do empreendedor pode ser muito solitária e a gente não sabe a quem recorrer. Encontramos alguns mentores que já trilharam o caminho e isso foi o mais precioso”, afirmou Valentini.
Camila Ramos, CEO da Kernholz, grupo empresarial do setor de saúde, garante que a experiência com o programa a deixou mais apta a conduzir futuras fusões e aquisições. “Esse foi o grande boom para mim, poder trocar experiências com profissionais sêniores e outros colegas. Nós criamos várias empresas e elas provavelmente irão participar de um M&A e os conceitos que aprendemos serão de grande serventia”, complementa.
A próxima turma do Auddas League terá início no dia 3 de agosto de 2023 e as inscrições estão abertas. Mais informações pelo link: