A impactante beleza das inquietudes de um jovem poeta

5 de março de 2021 Artes e Cultura
A impactante beleza das inquietudes de um jovem poeta

Por:  Dema de Francisco

Vinicius Guimarães, em artes Veneseos Guimarães, nasceu em Curitiba, Paraná, há 21 anos.  Jovem poeta , dramaturgo e escritor, define-se como um típico capricorniano começando sempre contando o seu signo, embora não acredite cem por cento que isso influencie em sua personalidade inquieta e criativa. Pretende cursar letras e se tornar roteirista profissional, e para isso já fez dois cursos em sua cidade natal, preparando-se para novos desafios no caminho da escrita. Decidiu enveredar pelos caminhos da poesia para desabafar sobre a realidade caótica do mundo e do seu cotidiano. 

Vinicius escreve com incrível maturidade para sua faixa etária e comprova a precocidade do seu extraordinário  talento como poeta e dramaturgo revelando-se um autor pronto para alçar voos mais longos; Certamente o sucesso lhe chegará em breve e merecidamente. 

Os poemas a seguir, inéditos até agora, fazem parte de seus primeiros ensaios como escritor, os quais a Revista Ponto Jovem tem o prazer de publica-los como reconhecimento de sua vocação artística. Nossa equipe deseja a Vinicius uma feliz trajetória em sua caminhada pelo mundo mágico das artes, das palavras, das letras, da poesia e do encantamento que seus escritos provocam  em seus leitores.   

Vazio

A ausência é um animal feroz

Que nos devora todo dia um pouco mais,

Cava no peito um buraco

Onde a dor da gente agora jaz.

Repara: são oito letras e três sílabas

Que fazem da ausência irmã da saudades,

Duas irmãs castigadoras

Mergulhadas em maldades.

De uma janela vazia, um ‘como vai?’ que nunca vem…

E de repente um sentimento que eu não desejo pra ninguém.

Quando ela volta?

 

Fantasmas

Das dores que já me doeram,

Trago comigo um pouco de cada.

Algumas bagagens pesadas.

Outras, quase não pesam nada.

 

São vários tamanhos e formas,

E também com vários nomes.

Algumas eu deixo trancadas

Para evitar que me devorem.

 

Também tenho comigo monstros

Com garras, presas e lábios.

De suas bocas saem frases

Que enganam os mais sábios.

 

Momentos passados são fantasmas:

Juras de amor e de conforto.

Mas em um instante me lembro

Com tudo isso hoje está morto.

 

Não posso deixar isso pra trás, 

Pois agora também deles sou parte.

Me deixem aqui com meus fantasmas,

Infelizmente agora é tarde.

 

Amar

Até mesmo meu gato

(e isso é um fato)

Aprendeu que amor

Não é sinônimo de dor.

 

Vibração

Meu celular precisa desaprender

A acelerar meu coração,

Que a cada notificação

Acredita ser você. (nunca mais vai ser)

 

Vácuo

Não te responder

Me abre um abismo no peito, 

Mas precisa ser desse jeito…

Preciso te desconhecer.

 

Gosto ruim

Amar você faz o café

Parecer muito menos amargo

Do que de fato ele é.

 

Mudo

O silêncio se tornou

A pior das ofensas

No mar de indiferença

No qual você me afogou.

 

Desamor

Se ontem me queria tanto

Mas hoje perdeu o encanto,

Amanhã haverá amor?

O futuro é assustador.


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