A impactante beleza das inquietudes de um jovem poeta
Por: Dema de Francisco
Vinicius Guimarães, em artes Veneseos Guimarães, nasceu em Curitiba, Paraná, há 21 anos. Jovem poeta , dramaturgo e escritor, define-se como um típico capricorniano começando sempre contando o seu signo, embora não acredite cem por cento que isso influencie em sua personalidade inquieta e criativa. Pretende cursar letras e se tornar roteirista profissional, e para isso já fez dois cursos em sua cidade natal, preparando-se para novos desafios no caminho da escrita. Decidiu enveredar pelos caminhos da poesia para desabafar sobre a realidade caótica do mundo e do seu cotidiano.
Vinicius escreve com incrível maturidade para sua faixa etária e comprova a precocidade do seu extraordinário talento como poeta e dramaturgo revelando-se um autor pronto para alçar voos mais longos; Certamente o sucesso lhe chegará em breve e merecidamente.
Os poemas a seguir, inéditos até agora, fazem parte de seus primeiros ensaios como escritor, os quais a Revista Ponto Jovem tem o prazer de publica-los como reconhecimento de sua vocação artística. Nossa equipe deseja a Vinicius uma feliz trajetória em sua caminhada pelo mundo mágico das artes, das palavras, das letras, da poesia e do encantamento que seus escritos provocam em seus leitores.
Vazio
A ausência é um animal feroz
Que nos devora todo dia um pouco mais,
Cava no peito um buraco
Onde a dor da gente agora jaz.
Repara: são oito letras e três sílabas
Que fazem da ausência irmã da saudades,
Duas irmãs castigadoras
Mergulhadas em maldades.
De uma janela vazia, um ‘como vai?’ que nunca vem…
E de repente um sentimento que eu não desejo pra ninguém.
Quando ela volta?
Fantasmas
Das dores que já me doeram,
Trago comigo um pouco de cada.
Algumas bagagens pesadas.
Outras, quase não pesam nada.
São vários tamanhos e formas,
E também com vários nomes.
Algumas eu deixo trancadas
Para evitar que me devorem.
Também tenho comigo monstros
Com garras, presas e lábios.
De suas bocas saem frases
Que enganam os mais sábios.
Momentos passados são fantasmas:
Juras de amor e de conforto.
Mas em um instante me lembro
Com tudo isso hoje está morto.
Não posso deixar isso pra trás,
Pois agora também deles sou parte.
Me deixem aqui com meus fantasmas,
Infelizmente agora é tarde.
Amar
Até mesmo meu gato
(e isso é um fato)
Aprendeu que amor
Não é sinônimo de dor.
Vibração
Meu celular precisa desaprender
A acelerar meu coração,
Que a cada notificação
Acredita ser você. (nunca mais vai ser)
Vácuo
Não te responder
Me abre um abismo no peito,
Mas precisa ser desse jeito…
Preciso te desconhecer.
Gosto ruim
Amar você faz o café
Parecer muito menos amargo
Do que de fato ele é.
Mudo
O silêncio se tornou
A pior das ofensas
No mar de indiferença
No qual você me afogou.
Desamor
Se ontem me queria tanto
Mas hoje perdeu o encanto,
Amanhã haverá amor?
O futuro é assustador.