Bienal do Livro em SP surpreende com mais de 600 mil visitantes
Bienal do Livro em SP surpreende
com 660 mil visitantes depois de
4 anos de ausência
Texto e Reportagem: Arlete Alcântara, exclusivo para a Revista Ponto Jovem
Com o tema Todo Mundo Sai Melhor do Que Entrou, a 26ª Bienal
Internacional do Livro de São Paulo promoveu mais de 1.500 horas de
programação cultural com autores brasileiros e estrangeiros. Um estande
especial de Portugal marcou os 200 anos a Independência do Brasil,
Após quatro anos de espera (dois de pandemia), os mais de 660 mil visitantes lotaram a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de 2 a 10 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo. A presença de tanta gente surpreendeu até os organizadores, que constataram 10% de aumento de visitantes. Isso foi possível notar pelas filas imensas, com o público atrás de livros, fotos, selfies e autógrafos de ídolos.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL), responsável pelo evento, tinha uma expectativa de até 600 mil visitantes, mas os números finais agradaram e só não foram maiores porque a venda de ingressos foi suspensa na sexta-feira (8). Segundo a empresa organizadora, esta já pode ser considerada pelo público e pelos expositores a “Bienal das Bienais” e o número expressivo de visitantes pode ser explicado por ter acontecido em julho. “As férias na rede pública começaram no dia 11 e antes do evento já tinham sido confirmadas a visita de mais de 100 mil alunos”, destacou Vitor Tavares, presidente da CBL.
Além das grandes caravanas de escolas, era possível encontrar jovens bem dispostos em todos os cantos. O mais impressionante eram as filas gigantescas para tomar um ônibus, Uber ou táxi, para chegar ou sair do evento. No primeiro dia da Bienal (02), o casal de namorados Rubens Novack e Clara Lopes, ambos com 23 anos, enfrentaram bem animados as quase duas horas de fila para pegar um ônibus disponibilizado pelo evento, próximo ao metrô Tietê. “Está bem cansativo ficar na fila, mas vale a pena. Vim de Alfenas (MG) só para vir à Bienal. Ter o evento presencial é muito importante. Queremos comprar livros e ver as novidades”, destacou ele.
A lista de convidados incluiu 300 autores brasileiros e 30 estrangeiros que dialogaram com um público bem variado. Lázaro Ramos, Conceição Evaristo, Aílton Krenak, Laurentino Gomes, Mario Sergio Cortella, Mauricio de Sousa, Thalita Rebouças, foram os grandes destaques. Os autores estrangeiros eram muito disputados em arenas ou nos estandes, entre eles Jenna Evans Welch (Amor & Gelato, que em breve chegará à Netflix), Nathan Harris (A Doçura da Água), Ali Hazelwood (A Hipótese do Amor) e Elena Armas (Uma farsa de amor na Espanha).
Estande de Portugal teve bonde, palestras e exposição
Para comemorar os 200 anos da Independência do Brasil, a Bienal optou por destacar Portugal e o país preparou um estande bem atraente, com uma réplica do bonde de Lisboa, auditório, livraria, espaço infanto-juvenil e uma área de exposições. Entre os autores portugueses estavam Afonso Cruz, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares, Joana Bértholo, José Luís Peixoto, Kalaf Epalanga, Lídia Jorge, Matilde Campilho, Paulina Chiziane, Pedro Eiras, Ricardo Araújo Pereira, Rui Tavares, Teolinda Gersão e Valter Hugo Mãe.
Outro estande que caiu no gosto do público, especialmente dos jovens, foi o da Rocco. Com foco nos livros de Harry Potter, a editora tratou de criar um espaço interativo com a presença de atores que representavam os principais personagens da saga inglesa. Entre os que aguardavam pacientemente na fila para garantir uma foto com o grandão Rúbeo Hagrid estava a jovem Lorrany Lopes, 20 anos. “A Bienal está muito legal. Não esperava que estivesse tão cheio. Mas, estou gostando de tudo. Adorei tirar foto com o Hagrid”, ressaltou. Os amigos Renan Frugoli, 18, Ana Carolina Souza, 19, Matheus Antunes, 19 e Luana Braz, 19 estavam sempre juntos e também aproveitavam tudo e não queriam perder nada do evento.
Várias empresas também trataram de criar ambientes criativos, como a Record, Melhoramentos, Submarino, Intrínseca, Editora Globo e outras. Mas, se muitos procuravam apenar consumir livros e peças para lembrancinhas, foi possível encontrar entre tantos autores medalhões, escritores que buscavam espaço para divulgar seus trabalhos. Josi Lambert, escritora de “Confrontar para Confortar”, foi um exemplo. Além de conseguir interagir com seu ídolo Lázaro Ramos (ela fez perguntas para o autor na Arena Cultural), ainda pediu para que o escritor/diretor ficasse com um exemplar de sua obra. Lázaro não só aceitou como tratou de divulgar ali o livro.
Principais números da 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Público visitante | 660 mil |
Ticket médio | R$ 226,94 |
Compra online de ingressos | 90% dos ingressos |
Ações de incentivo vale-livro e cashback | R$ 7,2 milhões |
Quantidade de livros | 3 milhões |
Média de livros adquiridos | 7 por pessoa |
Selos editoriais | Cerca de 500 |
Área ocupada total | 65 mil metros quadrados |
Expositores | 182 expositores |
Espaços culturais | 09 |
Horas de programação | 1.500 |
Autores nacionais | 300 |
Autores internacionais | 30 |
Visitação escolar | 60 mil |