Brasileirão de Tênis: uma tradição que se renova com o tempo
Jovens talentos do esporte contam com a experiência de veteranos para competir em Uberlândia
Parte do calendário anual de competições da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), o Brasileirão é visto por tenistas e treinadores como um dos principais torneios do circuito juvenil. E o seu peso não é calculado apenas pelo elevado nível técnico e pela pontuação extra no ranking nacional, mas também pela tradição. Em Uberlândia (MG), onde a edição de 2019 é realizada no Praia Clube, são vários os treinadores que lembram com carinho da época em que também jogavam o campeonato.
Se antes a preocupação era acordar cedo para tomar o café da manhã ideal, chegar no clube para se aquecer e encordoar as raquetes, agora a preocupação é diferente: ficar de olhos nos atletas de 12 a 18 anos e compartilhar o máximo possível da experiência que já foi vivida.
“Agora é o outro lado da moeda, é uma rotina bem diferente, mas o sofrimento e o nervosismo são iguais. Quando se está dentro de quadra, você vai e joga. Agora, é um papel diferente. É bom estar aqui com os atletas e poder compartilhar um pouco daquilo que já vivi, pois o Brasileirão é uma competição que tem uma energia diferente”, afirma Carlos Eduardo Severino, de 29 anos, que jogou a competição dos 12 aos 18 anos e atualmente acompanha quatro atletas do Rio de Janeiro.
Natural de Santa Catarina, mas atualmente trabalhando e treinando em Natal (RN), Gonçalo Fischer, de 37 anos, está em Uberlândia (MG) acompanhando 17 atletas nas chaves GA e G1. Ele participou do Brasileirão em meados dos anos 1990 e destaca a importância que a competição tem desde a época em que competia.
“Desde a minha época de atleta, é um torneio que a gente espera o ano inteiro para participar, pois é onde os melhores estarão reunidos. O formato mudou com os anos, mas ainda é muito importante para os meninos pontuarem no ranking. Como treinador, a gente acompanha a luta dos meninos para se classificarem. Sempre foi o principal torneio em nível nacional”, frisa.
A opinião dos dois é compartilhada por Ricardo Siggia, de 30 anos, de Campinas. Ele, que também jogou o Brasileirão dos 12 aos 18 anos, foi campeão de duplas na categoria 16 anos e vice de simples na 18 anos. Ele sabe como poucos a diferença de estar dentro e fora de quadra.
“Dentro de quadra, você enfrenta a pressão, mas tem como fazer alguma coisa efetivamente. Fora de quadra, você tenta ajudar, mas não tem o controle. Sao situações diferentes e cada uma tem a sua peculiaridade. Mas, para mim, é gratificante trabalhar com essa nova geração do tênis brasileiro e ver bons valores aparecendo dentro de quadra”, aponta.
Chave G1 se encaminha para a reta final
Nesta quarta-feira, foram disputados os jogos de quartas de final da chave G1. As semifinais estão previstas para quinta-feira, e as finais acontecem na sexta-feira. O Brasileirão é a maior competição de tênis infantojuvenil do país, com 790 atletas inscritos. Os jogos acontecem no Praia Clube, em Uberlândia (MG), entre 15 e 28 de julho, nas categorias 12, 14, 16 e 18 anos, além do Tennis Kids.
O ranking da CBT considera os quatro melhores resultados dos tenistas no primeiro semestre do ano e os quatro melhores resultados no segundo semestre em competições. A pontuação do Brasileirão, no entanto, é um extra, assim como eventuais participações em Campeonatos Sul-Americanos e em Mundiais representando o Brasil.