Computação sem Caô promove fácil acesso ao pensamento computacional
“Computação Sem Caô” promove fácil acesso ao pensamento computacional
Canal no Youtube está democratizando conteúdos educacionais para estimular discussões relevantes para o futuro do trabalho
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação (MEC), no Brasil o número de cursos de computação cresceu 586% nos últimos anos. Além disso, o setor de tecnologia é um dos que mais cresce, segundo dados da Rede Nacional de Pesquisa, nos próximos anos serão criados aproximadamente 195 mil vagas na área de Tecnologia da Informação. No entanto, essas vagas não serão preenchidas devido a falta de mão de obra capacitada.
Diante desse cenário somado ao desejo de informar mais as pessoas sobre o potencial da ciência da computação, o Olabi criar o Computação sem Caô. O projeto se utiliza de um canal no Youtube, com uma série de vídeos na internet, para disseminar conteúdos educacionais e estimular o pensamento computacional.
Com o objetivo de aumentar o interesse dos cidadãos sobre o universo da computação, o projeto busca estimular o maior número de inscritos em formações e cursos especializados, ampliando as discussões sobre as ferramentas tecnológicas que fazem parte do nosso dia a dia.
O conteúdo foi montado com a colaboração de professores renomados da área de Ciência da Computação e especialistas em conteúdo para internet. Ana Carolina da Hora, estudante de ciência da computação da PUC Rio, moradora da Baixada Fluminense e integrante da equipe do Olabi é quem conduz os vídeos.
“Os conteúdos estão gratuitos e curtos, sendo possível ser acessado por qualquer pessoa em qualquer contexto, além disso, professores podem usar os vídeos para iniciar discussões sobre o assunto, mostrar que esse campo do saber existe e que ele tem boas oportunidades”, explica Ana.
Além de trabalhar pela democratização dos conceitos da computação, o projeto busca ampliar a diversidade de raça e gênero no universo científico e tecnológico. Segundo levantamento disponível no site Pretalab, projeto também do Olabi, durante 120 anos de escola de engenharia da USP, apenas 10 mulheres negras se formaram.
A cada semana um novo vídeo aborda dúvidas comuns e usa os questionamentos do cotidiano para explorar o universo científico. Como a inteligência artificial do celular, além de comportamentos culturais embutidos nos sistemas computacionais, e como é ser mulher nessa cena tão masculina também são assuntos abordados.
“Ciência da computação é um campo cheio de oportunidades. Quero mostrar o porque sou apaixonada por essa área e como ela pode abrir caminhos para atividades profissionais. Vou desmistificar a tecnologia e mostrar que qualquer um pode aprender”, fala Ana Carolina.
O projeto é uma realização da organização social baseada no Rio de Janeiro Olabi, que atendeu já mais de 20 mil pessoas com atividades educacionais para democratizar a produção de tecnologias. É também uma das iniciativas apoiadas pelo programa de Divulgação Científica do Instituto Serrapilheira, a primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil. Em 2018, junto a outros 13 projetos, o Computação sem Caô foi selecionado para receber um aporte do Serrapilheira para viabilizar e alavancar suas atividades.
Sobre o Olabi
O Olabi é uma organização social que trabalha desde 2014 para democratizar as tecnologias. Com atividades que ampliam acesso ao universo da inovação, a organização já foi destaque em conferências e eventos de mais de 25 países nos cinco continentes. Sua sede no Rio de Janeiro, abriga um makerspace parte da rede global de fablabs, laboratórios de fabricação digital criados na universidade MIT dos EUA. Dentre os projetos carro-chefe está o Pretalab, rede de mulheres negras na tecnologia, que auxilia empresas na contratação de times mais diversos.