Dropservice: a estratégia digital que está fazendo brasileiros largarem o CLT

22 de agosto de 2025 Atualidades
Dropservice: a estratégia digital que está fazendo brasileiros largarem o CLT

Dropservice: um modelo de prestação de serviços digitais baseado em tecnologia, IA e freelancers, que está ganhando força e transformando o empreendedorismo no Brasil

O dropservice, modelo de negócio baseado na venda de serviços digitais terceirizados por freelancers e inteligência artificial, tem ganhado força no Brasil, especialmente entre empreendedores que buscam alternativas ao mercado de trabalho tradicional. Com a promessa de baixos custos iniciais e alta lucratividade, essa abordagem tem atraído profissionais de diversas áreas, como marketing, publicidade e até contabilidade, que veem no modelo uma chance de ganhar autonomia financeira e mais qualidade de vida.


Felipe Pereira, consultor de empreendedorismo digital, explica que o modelo oferece uma entrada no mercado com investimento inicial inferior a R$10 mil, podendo alcançar faturamentos mensais acima de R$20 mil em poucos meses. A popularização das ferramentas de inteligência artificial tem sido um dos principais fatores para essa ascensão, permitindo que tarefas complexas sejam executadas de maneira mais rápida e acessível.

A popularização das ferramentas de IA generativa também contribuiu para o crescimento desse formato. “Hoje, a produção de 1 mês de conteúdo para meia dúzia de perfis no Instagram pode ser feita em algumas horas usando uma ferramenta que custa R$ 120 por mês, o que antes exigiria equipe 50 vezes mais cara e levaria vários dias. Isso democratiza o acesso à expertise”, pontua Felipe Pereira, que é co-fundador da Revolução Digital, programa de formação de agências dropservice, com mais de 630 agências já formadas em 18 países.

Dados do quarto trimestre de 2024 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) revelam que os trabalhadores por conta própria apresentaram crescimento interanual de 5,4% ano passado, reflexo da expansão da gig economy e da automatização dos serviços intelectuais. “O profissional liberal tradicional está sendo pressionado por modelos mais ágeis. Agências grandes estão perdendo espaço para estruturas compostas por um único empreendedor com ferramentas de IA e uma rede de freelancers”, alerta Felipe.

Para quem deseja iniciar nesse mercado, ele recomenda três passos: escolher um nicho específico, estudar para entender os serviços a serem vendidos e montar um processo comercial simples para começar a vender no próprio círculo de contatos. “Especialização é um diferencial competitivo. Uma agência que só atende pet shops, por exemplo, transmite mais autoridade para esse segmento do que uma que promete fazer tudo para todos”, explica.

Na experiência de consultoria de Felipe, o perfil de quem ingressa nesse mercado inclui, principalmente, profissionais entre 25 e 50 anos com formação superior, muitos deles buscando transição de carreira ou um negócio paralelo ao emprego formal. “Temos casos de pessoas formadas em marketing, administração, publicidade, e até contadores. Muitos querem empreender em casa, tocar o próprio negócio e conquistar mais qualidade de vida”, relata o especialista.

Iremar Alves, fundador da I2 Soluções Digitais, é um exemplo de empreendedor que investiu nesse modelo de negócio. Ele participou do programa oferecido por Felipe Pereira na Revolução Digital, e hoje já tem um faturamento mensal médio de R$ 15 mil, com previsão de crescer o seu negócio em 150% até 2026.


“Nosso foco é o planejamento estratégico, mas ampliamos para soluções como tráfego pago, gestão de redes sociais e automação com inteligência artificial”, destaca Iremar Alves. Ele explica que os agentes de IA hoje otimizam seus processos internos e permitem que a I2 Soluções Digitais atenda clientes em diversos estados. Para ele, o maior ganho de empreender nesse modelo é a possibilidade de estar presente no dia a dia das filhas.

“A empresa já atende clientes em diversos estados do Brasil, mas, sem dúvida, o maior ganho dessa jornada tem sido pessoal: a presença constante na vida das minhas filhas. Levo e busco na escola todos os dias, almoço com elas e acompanho de perto as atividades escolares”, comemora o empreendedor do modelo dropservice.

Segundo Felipe Pereira, o modelo tem ganhado espaço principalmente após a pandemia, que acelerou a digitalização de empresas e expandiu a demanda por serviços online. Um estudo da consultoria McKinsey & Company mostrou que empresas que adotaram a digitalização de processos aumentaram a sua produtividade em até 30%.

Além disso, de acordo com o IBGE, nos últimos 12 meses, houve uma alta de 8,4% no número de trabalhadores por conta própria com CNPJ. Mas é preciso estar alerta: Apesar de ser acessível, o Drop Service exige dedicação e postura empreendedora. “Não é um modelo para quem busca dinheiro fácil ou renda passiva. É para quem está disposto a trabalhar, vender, prospectar clientes e gerenciar sua operação. Quem entra com a mentalidade certa costuma ter resultados já nos primeiros meses”, alerta Felipe.


Copyright ©2022. Todos os direitos reservados.