Exibição comemorativa dos 20 anos de “Lavoura Arcaica”, em cópia 35mm

6 de outubro de 2021 Teatro, TV e Cinema
Exibição comemorativa dos 20 anos de “Lavoura Arcaica”, em cópia 35mm

Petra Belas Artes apresenta: Exibição comemorativa dos 20 anos de “Lavoura Arcaica”, em cópia 35mm, um dos maiores filmes do cinema brasileiro!

“Lavoura Arcaica”, primeiro longa-metragem dirigido por Luiz Fernando Carvalho, terá apresentação especial no Petra Belas Artes, a partir de 07 de outubro, com bate-papo presencial com o diretor, no dia 14 (quinta), abrindo a segunda semana de exibição do filme.

Baseado no romance homônimo de Raduan Nassar, publicado em 1975, o roteiro foi muito elogiado pela sua fidelidade ao texto original. Na trama, André (Selton Mello) é o filho desertor, o narrador dos acontecimentos, que são mostrados desde a sua infância, sem compromisso cronológico. Pedro (Leonardo Medeiros), seu irmão mais velho, é encarregado pela mãe (Juliana Carneiro da Cunha) de levá-lo de volta para casa, na fazenda da família. Ele o encontra no abandono de uma antiga pensão provinciana nas garras da solidão absoluta. É nas memórias desse filho pródigo que entendemos as causas de sua fuga: a imposição das tradições agrárias e princípios cristãos, como lei paterna, e a opressão da ternura materna. Ao contrário do pai (Raul Cortez), André é a afirmação da vida, do sexo e da liberdade. Seu corpo reivindica seus direitos e os exerce contra todas as leis, inclusive pela paixão nutrida pela própria irmã, Ana (Simone Spoladore).

Interessado em filmar o romance de Raduan Nassar desde a década de 1990, o cineasta deu início à pesquisa e, junto com o próprio escritor, viajou para o Líbano em busca de um maior aprofundamento com a cultura mediterrânea. O material visual captado durante a viagem gerou o documentário “Que Teus Olhos Sejam Atendidos”, exibido no canal GNT, em 1997.

Optando por manter a prosa poética da obra original, o diretor decidiu fazer o filme sem roteiro prévio, dando ao elenco a liberdade de improvisações sobre o romance. Esse trabalho exigiu uma intensa preparação dos atores, que passaram quatro meses em retiro numa fazenda.

A atriz Simone Spoladore, por exemplo, mesmo não tendo nenhuma fala no filme, teve uma preparação mais prolongada que os demais atores, pois as suas cenas de dança nas sequências das duas festas careciam de expressões muito bem estudadas.

“Lavoura Arcaica” foi inteiramente rodado em uma única locação, em uma fazenda do interior de Minas Gerais, onde os atores e equipe técnica passaram nove semanas. Nesse tempo, todos aprenderam a trabalhar a terra, ordenhar, fazer pão, bordar, dançar e se comportar como uma típica família libanesa. O próprio escritor Raduan Nassar acompanhou de forma participativa desse intenso processo.

Além da beleza poética transmitida pelas palavras, silêncios e interpretações antológicas de todo o elenco, o filme conta ainda com o trabalho primoroso do diretor de fotografia Walter Carvalho, que compôs belíssimas imagens utilizando contrastes de luz e sombra, e até criou uma estética quase abstrata, com algumas imagens desfocadas. O trabalho visual é ainda mais valorizado pela impecável direção de arte, assinada por Yurica Yamasaki, e figurinos de Beth Filipecki. A montagem e a produção ficaram a cargo do próprio diretor. A trilha musical foi criada a partir do acompanhamento do compositor Marco Antônio Guimarães, líder do grupo instrumental mineiro Uakti, durante as leituras do filme. Suas criações tiveram como inspiração alguns temas típicos da música árabe, contando também com uma citação de “A Paixão Segundo São Mateus”, de Bach. A música de Marco Antônio Guimarães tem papel importantíssimo na narrativa do filme, chegando, inclusive, a substituir diálogos em determinadas cenas.

Antes de realizar “Lavoura Arcaica”, a única experiência de Luiz Fernando Carvalho no cinema havia sido com “A Espera”, curta que ele realizou em 1986, com Diogo Vilela, Malu Mader e Marieta Severo no elenco, vencedor do prêmio de Melhor Curta-Metragem no Festival de Gramado (compartilhado com “O Dia em que Dorival Encarou a Guarda” e “Ma Che Bambina”).

Na televisão também realizou diversos trabalhos, com os quais ganhou muitos prêmios. Entre suas principais realizações na TV, destacam-se as telenovelas “Renascer” (1993), “O Rei do Gado” (1996) e “Velho Chico” (2016), e as minisséries “Os Maias” (2001), “Hoje é Dia de Maria” (2005), “A Pedra do Reino” (2007) e “Dois Irmãos” (2017).

Em 2015, “Lavoura Arcaica” entrou para a lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

Com grande sucesso de crítica no Brasil e no exterior, o filme foi lançado nos cinemas com apenas duas cópias, uma no Rio de Janeiro e a outra em São Paulo, atingindo a impressionante marca de 300 mil espectadores. Vinte anos depois, chegou a vez de (re)ver esta grande obra-prima na tela do Petra Belas Artes, com toda a beleza e esplendor que só de uma projeção em cópia 35mm poderia proporcionar.

Prêmios:

“Lavoura Arcaica” conquistou mais de 50 prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais, entre eles o Festival de Cinema de Montreal, o Festival do Rio, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro, o Festival de Cinema de Brasília, o Festival de Cinema de Havana, o Festival de Cinema de Cartagena, o Festival Internacional de Cinema de Guadalajara e o Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires, entre outros.

 

Sinopse:

Lavoura Arcaica
Brasil, 2001, cor, 163 min., drama, idioma: português, classificação: 14 anos.
Direção: Luiz Fernando Carvalho
Elenco: Selton Mello, Simone Spoladore, Raul Cortez, Caio Blat, Juliana Carneiro da Cunha, Leonardo Medeiros e Denise Del Vacchio.

No Brasil da década de 1940, André sai de casa por se sentir sufocado pelos pais. Anos depois, ele cede aos apelos da mãe e retorna. Agora, o rapaz quebra definitivamente os alicerces da família ao se apaixonar por sua própria irmã.

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SERVIÇO:

Protocolo de segurança Covid-19 e serviço:

-Cinema aberto ao público das 14h às 21h ou 13h30 às 21h (a bilheteria abre 30 minutos antes da primeira sessão, checar a programação acima)
-Assentos intercalados determinados diretamente pelo sistema de compra dos ingressos.
-Distanciamento determinado nas áreas comuns.
-Equipe preparada com todos os equipamentos de proteção necessários.
-Higienização constante dos espaços; Intervalo de 30 minutos de uma sessão para outra.
-A conferência de ingressos será visual ou através de leitores óticos, sem contato manual por parte do atendente.
-Álcool em gel disponível em todas as áreas do cinema.

 

Serviço:
Endereço: Rua da Consolação, 2423 – Consolação – Tel: 11 2894 5781
Site:  www.cinebelasartes.com.br
Ingressos:

Preço dos ingressos normais: R$34,00/R$17,00
Segunda mais barata: R$20,00/R$10,00 
Preços dos Festivais/Películas: R$22,00/R$11,00
Terças (e quartas quando abrirmos): R$30,00/R$15,00


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