Galatea apresenta projeto solo de Beatrice Arraes na ArPa 2023
Beatrice Arraes 1998. Assinado, datado e titulado no verso. Óleo sobre tela [Oil on canvas],20 x 30 cm [7 7/8 x 11 3/4 in],
Mostra reúne um conjunto de 15 pinturas inéditas que exploram a conexão entre pintura, design vernacular e paisagem
Para mais fotos em alta, acesse o álbum no Flickr: https://flic.kr/s/
A galeria Galatea participa da ArPa 2023, que acontece de 31 de maio a 4 de junho no Pavilhão Pacaembu, com um conjunto de 15 pinturas inéditas da jovem artista fortalezense Beatrice Arraes. Esta seleção exclusiva de obras é o primeiro projeto individual da artista de Fortaleza em São Paulo e reflete a sua atual pesquisa, que explora as potencialidades poéticas e plásticas relacionadas ao ofício dos pintores de letras, sua conexão com a pintura a óleo, o design vernacular e a paisagem.
Com a pintura de cavalete, a artista apresenta desde imagens capturadas de seu entorno imediato as cenas registradas durante derivas urbanas, explorando a tensão entre o popular e o erudito.
Nascida em 1998, Beatrice explora a paisagem como um meio pelo qual estabelece um diálogo constante entre o mundo externo e interno. Suas composições refletem um olhar prolongado e minucioso diante da complexidade dos elementos do cotidiano, sejam eles objetos, murais, fachadas ou a natureza. Inspirada pelas ideias de Michel Collot em “Poética e filosofia da paisagem” (2020), a artista busca retratar a experiência da paisagem como algo capaz de evocar encantamento, onde o sujeito transcende a si e se integra ao mundo, como faziam os poetas líricos.
As pinturas e grafites sempre fizeram parte do cenário urbano, transmitindo composições inspiradas pela criatividade intuitiva e pela reinterpretação de elementos culturais. Essas expressões imersivas servem como base para a artista construir seu próprio universo imaginativo, assim como as paredes das ruas são formadas por camadas e uma conexão profunda com elementos visuais populares. Suas obras exploram os pintores do cotidiano e a pintura como uma prática comum que envolve a todos. É notável que ela se inspire em artistas que iniciaram suas carreiras com murais, como Amadeo Luciano Lorenzato (1900-1995) e Chico da Silva (1910-1985).
Sobre Beatrice Arraes
Beatrice Arraes (1998) nasceu e vive em Fortaleza, Ceará. Possui bacharelado em Design pela Universidade Federal do Ceará, com intercâmbio na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Salamanca, na Espanha. Desde 2021, estuda pintura no Ateliê Oruniyá. Em 2022, fundou o Ateliê Cinco Sete com mais 3 jovens pintores de Fortaleza, um espaço que funciona como ateliê coletivo independente e se volta à produção e difusão da pintura na cena contemporânea. Seu trabalho com a pintura traz imagens capturadas do seu entorno imediato e cenas registradas a partir de derivas urbanas. Com isso a artista procura, entre outras coisas, investigar o íntimo e o devaneio do que nos rodeia, acreditando que certas imagens evocam um olhar lento e cuidadoso diante da complexidade dos objetos cotidianos. Atualmente, investiga as potencialidades poéticas e plásticas que envolvem o ofício dos pintores de letras e sua conexão com a pintura óleo, o design vernacular e a paisagem. A tensão entre o popular e o erudito é um tema de grande interesse em sua obra. Ao praticar a pintura de cavalete, Arraes desdobra, dialoga, e joga com temas do cotidiano que a permitem investigar a potência expressiva e popular do espaço onde vive.
Sobre a Galatea
A Galatea é uma galeria que surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e vivências de seus sócios-fundadores: Antonia Bergamin esteve à frente por quase uma década como sócia-diretora de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita é marchand e colecionador, especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis; e Tomás Toledo é curador e contribuiu ativamente para a histórica renovação institucional do MASP, de onde saiu recentemente como curador-chefe.
Tendo a arte brasileira moderna e contemporânea como foco principal, a Galatea trabalha e comercializa tanto nomes já consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Tal amplitude temporal reflete e articula os pilares conceituais do programa da galeria: ser um ponto de fomento e convergência entre culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, gerando uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.
Além dessas conexões propostas, a galeria também aposta na relação entre artistas, colecionadores, instituições e galeristas. De um lado, o cuidado no processo de pesquisa, o respeito ao tempo criativo e o incentivo do desenvolvimento profissional do artista com acompanhamento curatorial. Do outro, a escuta e a transparência constante nas relações comerciais. Ao estreitar laços, com um olhar sensível ao que é importante para cada um, Galatea enaltece as relações que se criam em torno da arte — porque acredita que fazer isso também é enaltecer a arte em si.
Nesse sentido, partindo da ideia de relação é que surge o nome da galeria, tomado emprestado do mito grego de Pigmaleão e Galatea. Este mito narra a história do artista Pigmaleão, que ao esculpir em marfim Galatea, uma figura feminina, apaixona-se por sua própria obra e passa a adorá-la. A deusa Afrodite, comovida por tal devoção, transforma a estátua em uma mulher de carne e osso para que criador e criatura possam, enfim, viver uma relação verdadeira.
Serviço ArPa 2023
Período expositivo: 31 de maio a 4 de junho de 2023
Funcionamento: De quarta-feira a sábado, das 13h às 20h30 | Domingo, das 11h às 18h
Local: Pavilhão Pacaembu, Complexo Pacaembu
Endereço: Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu, São Paulo – SP, 01246-020
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Classificação: Livre.