Jovem empreende desde os 19 anos para custear a faculdade de medicina e comemora sucesso de vendas na pandemia
Giulia Gargione conta que já enfrentou desafios por ser muito jovem, afirma que teve dificuldades para conseguir crédito no banco e em negociações com parceiros, mas hoje colhe frutos do seu empenho nos negócios
Se a pandemia de COVID-19 trouxe uma série de desafios para vários setores da economia brasileira e do mundo, há pessoas que optaram por inovar nos negócios para evitar os impactos da crise. Uma pesquisa realizada pelo Pay Pal Brasil, em parceria com o BigData Corp aponta que o e-commerce brasileiro registrou uma média de 1,59 milhão de lojas online no país, o que equivale ao crescimento de 22,05% na comparação com 2020. No ano passado, o comércio eletrônico, que registrou faturamento de até R$ 250 mil por ano, era 48,06% do total. Atualmente, eles correspondem a 52,73%.
Seguindo esta tendência, a paulistana Giulia Gargione decidiu criar um e-commerce de moda em 2017, quando realizou o seu sonho de ser aprovada no curso de Medicina. Ela conta que neste período, seus pais estavam passando por alguns desafios financeiros e ela decidiu inovar e buscar uma fonte de renda que pudesse ajudar com os custos da faculdade. “Meu primeiro investimento foi de R$ 300,00, na compra do primeiro estoque. Comecei a vender as peças na minha página do Instagram e conhecendo quais peças de roupas tinham mais venda e entendendo como eu poderia faturar ainda mais”, afirma a CEO e fundadora da Giu Store, Giulia Gargione.
Além dos conhecimentos práticos que conquistava ao desempenhar as funções de venda, seu know-how recebia um boost com a leitura de livros sobre empreendedorismo e vídeos no Youtube. “Quando eu percebi que tinha talento para vender, decidi me especializar. Fui aprender sobre como controlar o fluxo de caixa, a separar os custos fixos dos custos variáveis e hoje já tenho uma equipe que atua na área de embalagens, logística, financeiro e costura”, explica ..
A loja hoje conta com 5 funcionários diretos e uma equipe com mais de 25 parceiros terceirizados. A empreendedora conta que se sente orgulhosa em ter criado um negócio do zero, com poucos recursos e que hoje faz a diferença na vida das famílias parceiras envolvidas, além de oferecer uma experiência de compra personalizada para as clientes. Mesmo com a pandemia, no ano passado, quando a região de Alphaville flexibilizou as regras de isolamento social, autorizando a abertura do comércio não essencial, ela encarou o desejo de inaugurar uma loja física. “Nós precisávamos de um espaço físico para dar apoio ao e-commerce em relação ao estoque de mercadorias então eu decidi inaugurar a loja física. Teve gente que veio de outras cidades para conhecer a loja. Foi uma experiência incrível porque é uma referência em moda aqui na região, mas me surpreendeu receber clientes de tão longe vindo nos prestigiar, demonstrou bastante carinho com a marca ”..
Mas para conquistar o sucesso atual, ela conta que já passou por momentos desafiadores por estar empreendendo tão jovem, principalmente envolvendo processos burocráticos, financeiros e negociações. “Eu me lembro precisar de um capital para investir em tecidos e em alguns processos internos e tive o pedido negado simplesmente por não me darem credibilidade pela minha idade. Além disso, é comum eu escutar algum parceiro falando que aceita negociar com o meu pai, por exemplo. Como se os meus pais fossem donos do meu negócio. Infelizmente, ainda existe a cultura de que uma jovem não sabe lidar com dinheiro e não vai conseguir honrar com os compromissos, mas eu sei das minhas capacidades e estou enfrentando esses obstáculos com muita garra para fazer o meu negócio crescer cada dia mais”, finaliza Giu.