Em um cenário de crise sem precedentes, o mercado editorial vive o desafio de engajar leitores das novas gerações; encontrar novos canais de venda como alternativa às livrarias; desenvolver um modelo de negócio sustentável; e concorrer em igualdade de condição com entretenimentos como jogos digitais e canais de streaming. Fundada há uma década por Lu Magalhães, a Primavera Editorial tem buscado alternativas para driblar os desafios e anuncia uma parceria com a Coesão Independente, que congrega mais de 90 editoras. Como integrante da iniciativa, a editora participará da 19ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto – a sétima maior feira literária da América Latina e segunda maior no Brasil.A Coesão Independente ficará de 9 a 16 de junho no estande de número 26 – um oferecimento da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, realizadora do evento.

O tema da edição 2019 da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto será Entre uma História e Outra, uma Nova História. Um Mundo Melhor para Todos – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.A proposta é promover uma discussão sobre o papel da cultura e educação no cumprimento dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. O escritor homenageado será o contista, romancista e jornalista Ignácio de Loyola Brandão; a escritora Heloisa Prieto foi indicada na categoria homenageada infantojuvenil. A feira oferece duzentas atividades gratuitas: salão de ideias com autores nacionais e internacionais; apresentações musicais, teatrais e de dança; intervenções culturais; contação de histórias; saraus; venda e exposição de livros.

Primavera leva a temática feminista à feira

Entre as obras que serão destaque da participação da Primavera Editorial na Feira do Livro de Ribeirão Preto, o lançamento Escute o que ela diz | Viés inconsciente – o que os homens precisam saber (e as mulheres têm a dizer) sobre trabalhar juntos, da jornalista norte-americana Joanne Lipman. A obra traz um novo olhar para a busca pela igualdade de gênero – que costuma ser percebida como uma luta feminina, liderada por mulheres e para o benefício das mulheres. A escritora defende que ambos sexos devem combater os vieses inconscientes que perpetuam comportamentos inadequados nos ambientes corporativos e em toda a sociedade. Joanne afirma que quando tivermos mais homens se mobilizando para acabar com a desigualdade de gênero, poderemos trabalhar lado a lado, vislumbrando um futuro diferente. Na prática, a mensagem trazida pelo livro é que homens e mulheres devem trabalhar juntos pela diversidade, para a equidade salarial e por oportunidades iguais, porque a diversidade é boa para todos – e está diretamente ligada a melhores resultados para as empresas.

Embora as grandes companhias estejam investindo em treinamentos em diversidade, Joanne Lipman aponta que homens jovens têm um papel descomunal nas culturas misóginas do Vale do Silício e em Wall Street. Mas há amplos indícios de que, no cômputo geral, a geração nascida entre a década de 1980 e início da de 2000 tem uma visão mais igualitária do mundo que as gerações mais velhas. Os homens da geração millennial– hoje entre 18 e 38 anos – têm mais probabilidades de favorecer um relacionamento igualitário entre maridos e esposas. Essa geração, inclusive, deve liderar uma nova cultura corporativa. Em contrapartida, a união entre homens e mulheres em prol dessa mudança de comportamento ainda está longe de ser uma realidade. “Essa desconexão entre homens e mulheres não faz sentido para mim. Se só falarmos entre nós, mulheres, apenas podemos resolver 50% do problema. Precisamos que os homens participem da conversa, que sejam nossos parceiros. E quanto os homens, a maioria deles não está nem perto de ser um vilão”, afirma Joanne.

O livro é voltado a mulheres e homens interessados em se educar e promover a diversidade e igualdade de gêneros; profissionais de recursos humanos interessados em possíveis caminhos para implementar políticas de diversidade, equidade salarial e igualdade de oportunidades; e gestores querem debater e precisam de ferramentas e argumentos para levar a temática para dentro das empresas; e gestores.

SOBRE A COESÃO INDEPENDENTE | Associação criada em 2018, a Coesão reúne dezenas de editoras independentes, engajadas no apoio mútuo por meio de parcerias, distribuição, eventos compartilhados, menções na mídia tradicional ou alternativa, campanhas de financiamento coletivo, eventos de lançamento e trocas de experiências. A liga conta com mais de 90 editoras de quatro regiões brasileiras, das mais diferentes linhas de publicação – incluindo HQs, livros de terror, ficção contemporânea e clássica, nacional e estrangeira, biografias, livros religiosos, poesia e outros. Em abril deste ano, a Coesão Independente realizou a feira de livros Choque Literário, em São Paulo, que reuniu mais de trinta editoras e atraiu mais de dois mil leitores. A intensa programação de debates partiu da literatura infantil, passando pela literatura fantástica, a contracultura e o fascínio por gêneros de terror. Entre os debatedores, estiveram autores, editores e críticos já conhecidos da cena nacional como Rosana Rios, Cidinha da Silva, Alexey Dodsworth e Fernando Vugman.

As editoras que participarão da Feira do Livro de Ribeirão Preto são: AVEC Editora, Bandeirola, Cartola Editora, Editora Draco, Gosto Duvidoso, Lote 42, Presságio Editora, Primavera Editorial, Prosaica, Sebo Clepsidra, Terreno Estranho e Skull Editora. http://www.coesaoindependente.com.br/