Atrás apenas da Harvard Law School, PUCPR ganha notoriedade em competições internacionais

8 de maio de 2019 Educação e Tecnologia
Atrás apenas da Harvard Law School, PUCPR ganha notoriedade em competições internacionais

PUCPR ganha notoriedade em competições internacionais de Direito

Equipe de negociação e mediação PUCPR ficou em segundo lugar em um dos principais moots do mundo, atrás apenas da Harvard Law School (EUA) 

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) vem se destacando internacionalmente nos últimos anos com a participação e notável performance dos estudantes da Escola de Direito em competições de julgamentos simulados (chamados moots) de mediação, negociação e arbitragem. No mês de abril, uma das equipes da instituição foi vice-campeã da III Competição Internacional de Mediação, organizada pela CPR (Conflict Prevention and Resolution), uma das maiores e mais importantes instituições norte-americanas de prevenção e resolução de conflitos, na categoria de melhor negociador, atrás apenas da Harvard Law School (EUA).

No ano passado, a PUCPR foi campeã da IX Competição Brasileira de Arbitragem e Mediação Empresarial, realizada pela Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial (Camarb), com o primeiro lugar em mediação. Na etapa nacional da CMI Interser Meeting de Negociação, este ano, a PUCPR ficou com a segunda colocação na categoria de melhor negociação e na quinta posição na etapa regional da mesma competição.

Os moots são competições que possibilitam uma importante imersão internacional, os estudantes formam grupos de estudos e são treinados por coaches da universidade para performances em competições nacionais e internacionais em várias áreas: Direitos Humanos, Tribunal Penal Internacional, Direito Tributário, Organização Mundial do Comércio (OMC), além de Negociação, Mediação e Arbitragem em julgamentos simulados de variados casos.

Meses antes das competições eles recebem o caso a ser estudado e grande parte dos moots são em inglês, desde os casos, a pesquisa e a oratória. “Eles fazem muita leitura jurídica de casos que foram julgados, de livros e artigos, enfim, é um super aprofundamento. A diferença é brutal de quando entram para as equipes e quando saem. Um grande aprendizado”, afirma o coordenador do Núcleo de Arbitragem da PUCPR, Guilherme Freire de Melo Barros.

É importante frisar que estas competições internacionais fazem parte das atividades optativas do Law Internacional Program (LIP). Este programa de internacionalização é um marco de inovação e pioneirismo da Escola de Direito da PUCPR, cuja finalidade é preparar o aluno para um universo global por meio de orientação para carreira internacional e cursos ministrados 100% em inglês. O programa tem a duração de um ano e meio e pretende desmistificar a ideia de que não é possível internacionalizar a carreira jurídica e, assim, gerar oportunidades no mercado nacional e internacional.

É o que vivencia Leonardo Maichuk, 22, aluno de Direito da PUCPR e um dos membros da equipe de Mediação e Negociação. Leonardo já participou de nove moots. “A mediação e a negociação são novas formas de empoderar os verdadeiros responsáveis atuantes dentro das situações, para que possam entender formas melhores de resolver conflitos, de maneiras mais construtivas, integrativas e abrangentes”, opina.

Para a vida pessoal, uma das grandes competências que adquiriu, destaca Maichuk, foi a visão mais prospectiva da vida. “Consegui olhar mais para o panorama onde me encontro e desenhar os próximos passos, de entender onde estou e onde posso chegar.” Profissionalmente, ele acredita que agregou o pensar e saber se colocar dentro do mercado de uma forma mais estratégica. “Além de desenvolver oratória, apresentação e personalidade. É muito importante esse empoderamento por nós, alunos.”

“Muito além de anotar informações e memorizar legislações”

As competições permitem o desenvolvimento de competências cognitivas superiores, para análise, julgamento e criação, explica o decano da Escola de Direito, Eduardo de Oliveira Agustinho. Para ele, o estudante deve ir muito além de anotar informações e memorizar legislações. “É por intermédio dessas competências que eles conseguirão desenvolver suas atividades profissionais, fazendo uso daquilo que aprendem em sala de aula.”

Nestas competições nacionais e internacionais são debatidos assuntos de extrema relevância jurídica e a PUCPR tem a felicidade, comemora o decano, de ter obtido excelentes resultados com os estudantes galgando significativas colocações, tanto no Brasil como no exterior. “O modelo da PUCPR propicia a formação de profissionais com postura ativa, cooperativa e autônoma, que sabem se deparar com situações complexas de dimensão global e tomar decisões a partir dos conhecimentos adquiridos. O acadêmico de Direito, acima de tudo, precisa saber como agir diante dessas situações e estar exposto a uma diversidade de culturas globais e do seu tempo.”

Para tanto, a PUCPR desenvolveu um plano estratégico para a internacionalização contínua de currículo, atividades e prestação de serviços internacionais que, aos poucos, mudam a cultura da universidade, transformando-a em um universo culturalmente rico, variado e mais vibrante. Atualmente, o mérito da universidade em conquistar excelência na educação é reconhecida internacionalmente por meio de parcerias, que promovem uma mobilidade anual de aproximadamente 400 estudantes.

“O LIP é a síntese destes esforços, na medida que concentra as principais atividades de internacionalização promovidas pela PUCPR, tanto dentro do câmpus, como com as oportunidades ofertadas além fronteiras, por dezenas de universidades parceiras em todos os cantos do mundo”, avalia Agustinho.

Qualificação e maior abertura ao mercado de trabalho

A PUCPR hoje tem nove grupos de moots com viés internacional. “Para o Direito é um grande diferencial porque os alunos mergulham fortemente em pesquisa, oratória e estratégia em um ambiente internacionalizado”, afirma a coordenadora, coach do Núcleo de Negociação e Mediação da PUCPR e coordenadora do LIP, Luciana Drimel Dias.

Segundo a professora, os estudantes ingressam como estudantes e saem dos grupos como profissionais júnior, a partir da participação nessas competições. “Ao mesmo tempo em que se qualificam, o mercado de trabalho e a educação continuada reconhecem essa participação. Há estudantes que conseguem bolsas de estudos em renomadas instituições internacionais porque são ex-moots e há escritórios que dão prioridade de contratação para ex-moots. É um imenso diferencial de currículo”, diz Luciana.

O bacharel em Direito pela PUCPR, Franco Gevaerd, de 24 anos, participou de moots de mediação, negociação e arbitragem nacionais e internacionais representando a universidade durante o ano de 2017. Por ser um ex-moot, garantiu 50% de desconto no programa de mestrado na Pepperdine University, em Malibu (Califórnia), para o LL.M. em Direito Comercial Internacional e Resolução de Conflitos. Há dez meses, ele é consultor internacional da própria CPR, em Nova York (EUA).

Gevaerd conta que ter ficado em terceiro lugar na categoria de negociação na edição de 2017 do evento da companhia fez toda a diferença e foi fator determinante para ser contratado. “Temos a oportunidade de fazer networking com renomados profissionais do mundo todo. Na própria competição conhecemos muita gente que depois vamos nos relacionar profissionalmente. Conheci meu atual chefe em um moot em 2017 e um dos avaliadores na ocasião é hoje um grande mentor.”

Elora Farias, 24, participou de moots como oradora com a equipe de arbitragem da PUCPR em 2015 e 2016. Com certificado de especialização no tema pela Arbitration Academy, de Paris (França), há oito meses ela atua como advogada de resolução de conflitos em São Paulo. “Conseguir ingressar em um grande escritório de São Paulo é muito difícil. Participar dos moots foi fundamental para eu estar nesta posição hoje e é o maior diferencial em termos de carreira. Aprendi a lidar com muita pressão, trabalhar em equipe e a gerenciar.”


Copyright ©2022. Todos os direitos reservados.