Montagem de texto premiado de Zeno Wilde aposta em humor ácido – a partir de 5 de fevereiro

21 de janeiro de 2021 Teatro, TV e Cinema
Montagem de texto premiado de Zeno Wilde aposta em humor ácido – a partir de 5 de fevereiro

Montagem de texto premiado de    Zeno Wilde aposta em humor ácido

Corrupção, marginalização e sensualidade explodem em cena na peça Sabe Quem Dançou?, em quatro sessões nas sextas-feiras de fevereiro, dias 5, 12, 19 e 26, às 21h. Ao som de músicas de Madonna, peça discute questões atuais.

 

Melhor texto do prêmio Timochenco Wehbi de 1990 e finalista do Shell na mesma categoria no ano seguinte, a peça Sabe Quem Dançou?  com o estilista Clodovil Hernandes (1937-2009) como protagonista na época – estreia sua 22ª. temporada nesses seis anos em cartaz. As quatro sessões acontecem nos dias 5, 12, 19 e 26 de fevereiro, às 21 horas, no Teatro West PlazaCriada a partir do intrigante texto de Zeno Wilde (1947-1998), autor responsável por conhecidas obras como Blue Jeans e Zero de Conduta, a montagem atual do diretor Hermes Carpes é produzida pela Primo 88 Produções e conduzida pela companhia teatral Os TocáveisSabe Quem Dançou? retorna com Hermes Carpes, Marcondes Lobo, Kalel de Oliveira, Alexandre Amaral e Ronaldo Spedaletti no elenco, além dos atores convidados João Machado e Leal Duarte.

 

Ambientada no anos 80, a tragicomédia desvenda o universo do expressivo personagem Madonna, esperto receptador de objetos roubados que ampara “rapazes” em sua casa. A narrativa ágil acompanha sua vida e a de outros personagens marginalizados diante dos desafios da sociedade. Sexo, violência e corrupção explodem no palco através de potentes interpretações que escancaram – com a ajuda de diálogos ácidos – as mazelas, os tipos, o contexto, a linguagem e as situações que se aplicam perfeitamente aos dias atuais. A postura realista adotada na peça, conta Hermes, provoca choque e reflexão sobre questões tão conhecidas, mas muitas vezes ignoradas. A peça “atravessou décadas sem perder seu significado e importância e, agora, se destaca ainda mais com seu texto forte e imprescindível para momentos como esse que estamos vivendo em nosso país”. O encenador acredita na força do texto por abordar temas atuais como corrupção, jogo de poder dos políticos e milícias.

 

A encenação de Hermes Carpes foge da original e aposta na alteração de elenco a cada temporada. Esta característica, para o diretor, é responsável por dar gás e frescor ao espetáculo. “O público sabe que verá sempre uma peça diferente”, conta, ressaltando que o sabor de novidade também permeia o show de boate inserido na montagem. Desde setembro de 2015, quando estreou em Lages, em Santa Catarina, o espetáculo vem sendo apresentado em vários Estados do Brasil como São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas e Rio. Gaúcho de Porto Alegre, o diretor apaixonou-se pelo texto de Zeno Wilde há mais de 15 anos, quando se formou na Cal, no Rio.

 

Logo no início Hermes optou pela mudança de nome do protagonista. Pediu à filha de Zeno Wilde, herdeira do texto, autorização para alterar de Vanusa (referência à cantora falecida recentemente, ícone da beleza na época, e que na versão original era interpretada por Clodovil) para Madonna.  “A mudança deu outra cara ao espetáculo”, diz Hermes, revelando que a viúva de Zeno Wilde, Sandra, e sua filha, deram aval ao espetáculo. Inspirada num dos maiores ícones da música pop, a personagem principal tem a cantora americana como referência e ídolo. São de Madonna também as músicas da trilha sonora do espetáculo, além de sons urbanos de rua, freadas de carros e gritos. Como cenário, o pequeno e bagunçado estúdio imaginado pelo diretor comporta uma cama, uma mesa, um santuário e um banheiro. Durante dois meses, na fase da pesquisa e laboratório para conceber sua encenação Hermes visitou a Cracolândia, cinemas de filmes pornôs e outros ambientes de prostituição.

 

“Se faz necessário ao conduzir o espectador à releitura e ao questionamento de suas próprias crenças, de seus valores herdados, do moralismo de ocasião e do preconceito travestido de liberdade de expressão.” (Paulo Sales – Circuito Geral)

 

Assista trecho da peça no teaser abaixo:

https://youtu.be/M0hxJncbHlE

 

Ficha Técnica

Texto: Zeno Wilde. Direção: Hermes Carpes. Elenco: Hermes Carpes, Marcondes Lobo, Kalel de Olveira, Alexandre Amaral e Ronaldo Spedaletti. Atores convidados: João Machado e Leal Duarte. Produção: Hermes Carpes. Produção executiva: Flavia Primo. Figurino e Cenário: Carpes Produções. Costureira: Valeria Rocha. Adereços: Marisa Nascto. Maquiagem: Acsa Targino. Fotografia em Estúdio: Sérgio Santoian. Fotografia em Cena: Ronaldo Gutierrez, Jean Bueno e Deivid R. Purificação. Sonoplastia: Flavio Toda. Desenho de Luz e Iluminação: Drigo de Lisboa. Contraregra: Flávio Toda. Idealização e Montagem: Cia. Os Tocáveis. Produção e Realização: Primo 88 Produções e Carpes Produções.

 

Serviço:

Temporada: 05, 12, 19 e 26 de Fevereiro de 2021. Horário: Sextas-feiras às 21h. Local: Teatro West Plaza Shopping. Endereço: Shopping West Plaza – Av. Francisco Matarazzo – Água Branca. Cidade: São Paulo. Referência: Ao lado do Allianz Park e próximo ao metrô Barra FundaClassificação: 16 anos. Duração: 70 minutos. Gênero: Tragicomédia. Informações no Teatro: 11 4858 1421. Funcionamento da bilheteria: Ter. a Dom. das 14h às 22h. Capacidade: 140 lugares. Contato da Produção: (11) 98682-2701. Ingressos: R$ 60 (inteira); R$ 30 (meia) – R$ 25,00 (antecipado no www.bilheteriaexpress.com.br). Informações: carpesproducoes@gmail.com


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