Quando a mente não desliga , o corpo (res)sente – A Síndrome de Burnout

23 de maio de 2019 Atualidades
Quando a mente não desliga , o corpo (res)sente – A Síndrome de Burnout

Quando a mente não desliga, o corpo (res)sente – A síndrome de Burnout 

Dados do ISMA-BR (International Stress Management Association), comprovam que a síndrome acomete 32% da população que tem sintomas de estresse

Estudos apontam que sintomas físicos de doenças sem aparente razão fisiológica têm fundo emocional. Segundo a Psicóloga, Coach e fundadora da Viva Desenvolvimento Humano, Marcia Ramires, a somatização aparece quando a mente já não sabe lidar com determinado conteúdo, dessa forma ela “joga” para o corpo um sinal, para representar o que está acontecendo e cada órgão afetado pela somatização representa simbolicamente o que está acontecendo.

No ambiente de trabalho, a somatização pode levar o profissional ao seu esgotamento máximo, a Síndrome de Bornout. Cobranças excessivas, assédio moral, metas radicais, relações interpessoais de péssima qualidade, falta de respeito e bom senso, e clima organizacional deficiente e sem motivação que podem levar o funcionário a ter sintomas de esgotamento físico e psicológico. E em alguns casos pode gerar sintomas depressivos, e até mesmo levar a depressão.

Dados do ISMA-BR (International Stress Management Association), comprovam que a síndrome acomete 32% da população que tem sintomas de estresse, e pode levar ao afastamento do trabalho, assim como causar úlceras, diabetes, aumento de colesterol, entre outros problemas de saúde.

“Geralmente as pessoas que sofrem dessa síndrome não se desligam da demanda de trabalho, mantendo a mente em estado de alerta constante e assim ficando exaustas. Tendem a ter um perfil perfeccionista e de autocobrança em demasia, abrem mão de lazer e ócio e deixam o estresse, preocupação e nervosismo tomarem conta. O que reflete em cansaço, desmotivação, e esgotamento extremo”, explica a coach, que também é psicóloga.

Os sintomas podem desencadear um estresse crônico, associados aos motivos citados. “Não expressar os sentimentos pode gerar fantasias exageradas e que são falsas diante da realidade nua e crua, sufocando os limites emocionais e então gerando sinais físicos”, argumenta.

A Síndrome de Burnout acontece quando o indivíduo não consegue lidar com os desafios do trabalho, que estão cada vez mais agressivos devido as necessidades do mercado, como por exemplo o enxugamento de quadro, em que uma pessoa atende a demanda de 3 pessoas.

As doenças refletem o estado mental das pessoas. Claro que todo processo é subjetivo e por isso é necessário contextualizar o que está acontecendo para interpretar e ajudar a pessoa. “A alergia, por exemplo, traz a simbologia sobre a sensação de que pessoas possam estar impedindo o crescimento profissional do indivíduo, que há alguma coisa emperrando seu andar. Como ela não sabe lidar com a situação, a mente manda informações através da alergia, como um alerta para ser visto e trabalhado. A cada momento que se nega os sinais, a situação vai piorando cada vez mais”, afirma a psicóloga e coach.

Segundo Marcia, há outros sintomas bastante sérios que podem advir do estresse em demasia dentro do trabalho e que precisam ser observados. “A ansiedade quando exagerada pode trazer sintomas como sudorese, falta de ar e taquicardia. É uma forma da mente pedir socorro”, reitera.

“Estudos mostram que quando um trauma emocional não é curado e o sistema corporal fica em constante estresse e de modo elevado, pode gerar uma menor função imunológica e incidências de doenças, como o câncer, que está também está associado a ressentimento e culpa. A mente pode e é capaz de produzir doenças em outros órgãos justamente porque o cérebro comanda todo o organismo através de mensageiros químicos”, acrescenta Marcia.

O que fazer

Para Márcia Ramires, todas as emoções existem por um propósito e a principal função delas é garantir a sobrevivência das pessoas diante de alguma variável externa, pode ser para se proteger ou para impulsionar a realização de algo.  “A raiva, por exemplo, impulsiona a pessoa a fazer algo, seja construtivo ou destrutivo, mas também é uma forma de resposta à situações frustrantes, desejos e expectativas não respondidas. O primeiro passo então é entender que a raiva não é nem negativa nem positiva, mas sim, o que a pessoa fará com essa emoção é que irá gerar o que é bom ou mal. Quando ela é bem canalizada, pode ser propulsora de mudanças importantes. Caso contrário, pode gerar rancor, mágoas, estresse e comportamentos agressivos e até destrutivos”, enfatiza.

Aquele aperto no peito, sensação de vazio, sufocamento, inquietação, descontentamento e ansiedade é a angústia, que se manifesta como algo muito perturbador, pois é o excesso de questionamento sobre si mesmo, acompanhada de autocobranças e incertezas. “A angústia é um sinal interno que existe um conflito não resolvido e que está impedindo a pessoa de ter ações na vida. Então, quando ela aparecer, a pessoa precisa parar e refletir sobre o que ela significa. Como adverte a psicologia transpessoal, é melhor meditar na emoção para entender o que ela quer lhe dizer. Não empurre o que sente, caso não consiga lidar com ela só, procure ajuda, a psicoterapia ou a hipnoterapia são boas alternativas. Outra forma de saber lidar melhor com ela, é trabalhar sua Inteligência emocional”, aconselha Márcia.


Copyright ©2022. Todos os direitos reservados.