‘Rugas’ encerra temporada do ano no Rio , com a presença da juíza e escritora Andréa Pachá

10 de dezembro de 2018 Artes e Cultura
‘Rugas’ encerra temporada do ano no Rio , com a presença da juíza e escritora Andréa Pachá

O espetáculo ‘Rugas’ fará sua última apresentação do ano, na próxima quarta-feira, dia 12, com a presença da juíza e escritora Andréa Pachá para um bate-papo após a sessão

Autora do livro ‘Velhos são os outros’, Andréa Pachá se reunirá com as atrizes Vanja Freitas e Claudiana Cotrim, o diretor Amir Haddad e o autor Herton Gustavo Gratto para uma conversa sobre como a velhice pode ser criativa e poderosa

Por que as palavras velho, velha e velhice são usadas de maneira pejorativa? Por que os velhos sofrem preconceito e, muitas vezes, se veem desamparados e rejeitados? Como promover uma maior relação entre as gerações? Há três anos, as atrizes Vanja Freitas e Claudiana Cotrim estudam o tema e tentam responder essas perguntas – a dupla realizou dezenas de entrevistas com pessoas de 40 a 80 anos, leu livros que falavam sobre o assunto e se debruçou sobre trabalhos acadêmicos e artísticos. Esse material chegou às mãos do dramaturgo Hérton Gustavo Gratto, que escreveu a comédia dramática ‘Rugas’ a partir da reflexão sobre essas questões (o autor foi o vencedor  do 6º Prêmio FITA de Teatro, na categoria Revelação, por este texto). Com direção do premiado Amir Haddad, o espetáculo fará sua última apresentação do ano, no dia 12 de dezembro, às 18h30, no Teatro Maison de France, com bate-papo que reunirá a juíza e escritora Andréa Pachá, autora do livro ‘Velhos são os outros’, as atrizes, o diretor e  o autor da peça. Em janeiro, ‘Rugas’ volta ao cartaz para quatro apresentações: dias 9, 16, 23 e 30.

“Este é um assunto importante, tocante e delicado. Mas também bastante perigoso. Qualquer resvalo para o melodrama poderá colocar atores, personagens e a plateia num beco sem saída. Não somo eternos. Seria insuportável se fossemos. Por isso a vida, assim como o teatro, tem que ser vivida até o fim. Como se fossemos eternos. Eternamente velhos, eternamente novos”, avalia o diretor Amir Hadadd.

Aos 65 anos, Vanja Freitas começou a vivenciar uma série de situações que a fez refletir sobre essa fase da vida. Ao lado de Claudiana Cotrim, de 48 anos, passou a observar como as pessoas mais velhas atravessavam a rua e como se relacionam com a cidade. Os livros ‘A velhice 1 – a realidade incômoda’ e ‘A velhice 2 – a relação com o mundo’, de Simone de Beauvoir, e ‘Como envelhecer’, de Anne Karpf, também fizeram parte da pesquisa da dupla.

“Eu espero que o público se divirta e reflita sobre essa fase da vida que pode ser criativa e poderosa. Queremos passar uma mensagem amorosa e incentivar as pessoas a olharem mais para os velhos”, conta Vanja. “Uma amiga de 89 anos me disse uma coisa interessante: ninguém se prepara para envelhecer. E qual é a outra opção de não envelhecer?”

A história do espetáculo gira em torno de uma cientista gerontóloga (que estuda o envelhecimento) e deseja fazer o tempo parar. Para isso, vai estudar no exterior e quase não tem mais contato com sua mãe. Até que um dia, durante uma palestra, recebe um telefonema da cuidadora dizendo que a mãe está muito doente e precisa ver a filha. O que ela vai fazer? Na trilha sonora do espetáculo, estão músicas como ‘Que sera, Sera’ de Doris Day, um hino dos anos 50, ‘Jura’ de Zeca Pagodinho, ‘Meu mundo caiu’, eternizada por Maysa; ‘Fascinação’, famosa na voz de Elis Regina; ‘Bodas de Prata’, de Maria Bethânia, entre outras.

“A partir da relação delas, a gente propõe ao espectador que pense sobre algumas questões: ‘o que você vai ser quando envelhecer?’ ou ‘quando você se sentiu velho pela primeira vez[RA1] ?. O público mais velho vai se identificar profundamente e os jovens vão ter a oportunidade de mudar seu pensamento a respeito do próprio futuro”, completa a atriz Claudiana Cotrim.

Sinopse

Cientista que deseja fazer o tempo parar reencontra a mãe idosa e reflete sobre o envelhecimento.

Vanja Freitas (atriz e idealizadora)

Atriz formada pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Artista plástica formada pela Escola de Belas Artes – UFBA.  Atuações em teatro: “Álbum de Família” (direção: José Possi Neto, 1978), “América Dreams” (dir.: José Possi Neto, 1979), “Estórias de lenços e ventos” (dir.: Paulo Dourado, 1979), “Exercitando” (dir.: Sérgio Britto, 1987), DomQuixote (dir.: Ricardo Maurício, 1994), “Sarau do Machado” (dir.: Ric. Maurício, 1995), “Kafkamachine” (dir.: Marília Martins, 2005), “A vida como ela é” (dir.: Bruno Rodrigues, 2012), “Como nasce um cabra da peste” (dir.: Júlio Wenceslau, 2014-15), “Bonitinha mais ordinária” (dir.: Ana Zettel, 2015).  Atuações em TV: “Sítio do Pica Pau Amarelo” (TV-E, 1980), programa “TV Escola” (TV-E, 1996), e nas seguintes telenovelas ou minisséries da TV Globo: “Você decide” (1995), “Salsa e merengue” (1996), “Hilda Furacão” (1998), “Pecado capital” (remake, 1998), “Laços de família” (2000), “Velho Chico” (2016), Muito além do Paraíso (2018). Cinema: curtas “Fando e Liz” (texto de Arrabal, dir.: Antônio Alcântara, 1977), “L.X.O.” (dir.: Ronaldo Ghermann, 1980), “Uma história de borboletas (de Caio Fernando Abreu, dir.: Flávio Colker, 1994), longa-metragem “Araras” (dir.: Sabrina Mc Cormick, 2016), “21, mão na cabeça” (dir.: de Milton Alencar). Figurinista: curso de figurino com Colmar Diniz – Faculdade CAL (2016); peças “Bonitinha, mas ordinária” e “Andarilho” (2016). Diretora: “O Rinoceronte”, de Ionesco, e cena da peça “Vestido de noiva”, ambos no teatro Sesc da Tijuca.

Claudiana Cotrim (atriz e idealizadora)

Atriz formada pelo Centro de Artes Cênicas do Maranhão em 1997, graduada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Desenvolveu a pesquisa “A autonomia do ator em cena”. Ministra oficinas de teatro sobre o tema Ator-Autor-Autonomia. Como atriz, seu repertório de trabalhos inclui performances, espetáculos de teatro, contação de histórias, oficinas de teatro, de contadores de histórias e de oratória, telenovelas, filmes e preparação de atores. Atuou na novela “Chamas da Vida”, da Rede Record. Na Rede Globo, teve participação nas novelas “Da cor do pecado”, “Ti-Ti-Ti”, “Avenida Brasil”, “Salve Jorge”, “Em Família”. Ganhou o prêmio de melhor atriz em 2011 com o espetáculo solo “Medeia” (baseado na obra de Eurípides) no 18º Festival Nacional de Monólogos Ana Maria Rêgo. Integrou o elenco de “Hotel Medeia – da meia noite ao amanhecer”, no Oi Futuro (Flamengo), além de trabalhos na linguagem audiovisual: ‘Medeias precisam de auxílio’ curta metragem de Gleyser Azevedo (MA); “De corpo inteiro”, filme sobre Clarice Lispector, de Nicole Algranti; e “O próximo rosto” curta metragem de Stéphane Dosse (França, 2009). Criou o projeto Teatro na Corte, com apresentações cênicas em espaços extracotidianos. Atuou também como atriz em “Os Homens Também Amam” (direção de Rodrigo Scheer, Teatro Clara Nunes, Rio), “Detetive – a peça” (direção do Rodrigo Scheer, Teatro Cândido Mendes, Rio), “Intervalo’ (direção de Josué Soares Teatro Vannucci, Rio). Dirigiu os espetáculossolo “Andarilho”, com o ator Carlos Rosario, e “Mariazinha’s”, com a atriz Maria Ethel.

Amir Haddad (diretor)

Com José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi e outros criou, em 1958, o Teatro Oficina — ainda em atividade com o nome de Uzyna Uzona. Nesse grupo, Amir dirigiu Candida, de George Bernard Shaw; atuou em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e em Vento Forte para Papagaio Subir, de José Celso Martinez Corrêa. Em 1959, dirigiu A Incubadeira e ganhou prêmio de melhor direção. Desligando-se do Teatro Oficina, segue em 1961 para Belém, no Pará, realizando uma série de trabalhos para a Escola de Teatro de Belém. Em 1965, o Teatro Universitário Carioca o convida para dirigir O Coronel de Macambira, de Joaquim Cardozo, e Amir acaba por permanecer no Rio de Janeiro. Aqui, é um dos fundadores do grupo A Comunidade, instalado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), que se projeta em 1969 com o espetáculo A Construção, de Altimar Pimentel, atribuindo a Amir o Prêmio Molière de melhor direção. Em 1970, realiza mais dois espetáculos com o grupo: Agamêmnon, de Ésquilo, e Depois do Corpo, de Almir Amorim. No mesmo ano, ganha o segundo Molière, com O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau. Em 1972, no Rio de Janeiro, ganha o prêmio Governador do Estado de melhor diretor, com a peça Tango, de Slawomir Mrozec. Com o Grupo de Niterói, faz SOMMA, no Teatro João Caetano, 1974. Em 1980, funda o Tá na Rua, fazendo apresentações de rua baseadas em cenas de criação coletiva. Realiza, também, trabalhos no teatro comercial, que lhe valem o Prêmio Shell por Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar em 1989; e o Prêmio Sharp, por O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, em 1996. Dirige, ainda de Shakespeare, Noite de Reis, em 1997; e O Avarento, de Moliére, em 2000. A partir da década de 1990, Amir aprofunda suas pesquisas de teatro de rua, fazendo diversas encenações de Cortejos e Autos pelo país, movimentando milhares de pessoas nessas encenações, tendo quase sempre presente alguns dos integrantes do Tá na Rua.

Ficha técnica:

Texto: Hérton Gustavo Gratto

Direção: Amir Haddad

Elenco: Claudiana Cotrim e Vanja Freitas

Iluminação: Marcelo Camargo

Figurino e cenografia: Lorena Sender

Preparação corporal: Claudiana Cotrim

Preparação vocal: Vanja Freitas

Fotografia e vídeos de ensaio: Ana Clara Catanhede

Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)

Produção: Diga Sim Produções!

Serviço:

Rugas

Temporada: 31 de outubro a 12 de dezembro

Teatro Maison de France: Av. Pres. Antônio Carlos, 58 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

Telefones: 2544-2533

Dias e horários: Quarta, às 18h30.

Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).

Lotação: 355 pessoas

Duração: 1h05

Classificação indicativa: Livre.


Copyright ©2022. Todos os direitos reservados.